quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Oh you're so naive yet so




Meses após, tantas mudanças e novidades... Para retratar tudo e passar isso em escrito nessa página é preciso navegar em outros mares, ou melhor, por outros gêneros musicais. O post de hoje tem como tema uma música especial. Não por marcar algo na minha vida ou por ter sido premiada por alguma revista tendenciosa, mas por unir melodia e letra e conseguir passar algo para o ouvinte.

Comecemos pela banda. Originários do Reino Unido, o grupo The Kooks tem como gênero musical o Indie Rock, ou rock alternativo para os mais "aportuguesados", que teve origem no mesmo local. A música Naive é o maior sucesso da banda foi tema da 4ª temporada de One Tree Hill e do filme 17 Again. Levou o grupo ao topo das rádios do Reino Unido e foi a responsável pelo disco de platina do álbum Inside In/Inside Out.

Naive é uma composição simples e clara, não precisa de muitas pistas para ser decifrada. O autor da música, ou o eu lírico da mesma, estava definitivamente com uma enorme DOR DE COTOVELO! Com um relacionamento mal resolvido e ainda apaixonado pela ingênua garota, ele suspeita do nível de seu envolvimento com o atual namorado, se é que me compreendem. Cita-a com carinho e admiração e insiste em dizer que ela ainda o ama. A repetição ajuda no auto-convencimento, é fato! Ele diz sobre um rosto lindo de uma garota ingênua e doce que faz algo feio, impróprio... Por fim pede várias vezes que nada lhe seja contado e avisa que a ela nada será perguntado. Diz a ela que mantenha a falsidade e não o deprima com as novidades. Justo, não acham? Eu não acho.. Um pecado só, com o eu-lírico! Esse tipo de dúvida machuca, e esses sentimentos de dor e súplica são transmitidos pela canção.

Encerro por aqui o post de hoje, volto daqui alguns dias ou meses, ou nem volto... E não se esqueçam: "Hold on to your kite, just don't let me down!"


Naive

I'm not saying it was your fault
Although you could have done more

Oh you're so naive yet so

How could this be done
By such a smiling sweetheart
Oh and your sweet and pretty face
In such an ugly way
Something so beautiful
That everytime i look inside

I know she knows that i'm not fond of asking
True or false it may be
She's still out to get me

I know she knows that i'm not fond of asking
True or false it may be
She's still out to get me

I may say it was your fault
Cause I know you could have done more

Oh you're so naive yet so

How could this be done
By such a smiling sweetheart
Oh and your sweet and pretty face
In such an ugly way
Something so beautiful
That everytime i look inside

I know she knows that i'm not fond of asking
True or false it may be
She's still out to get me

I know she knows that i'm not fond of asking
True or false it may be
She's still out to get me

How could this be done
By such a smiling sweetheart

Oh you're so naive yet so

Such an ugly thing
Someone so beautiful
And everytime you're on his side

I know she knows that i'm not fond of asking
True or false it may be she's still out to get me

And i know she knows that i'm not found of asking
True or false it may be she's still out to get me

Just don't let me down
Just don't let me down
Hold on to your kite
Just don't let me down
Just don't let me down
Hold on to your kite
Just don't let me down
Just don't let me down
Hold on to this kite
Just don't let me down
Just don't let me down

_________

Ingênua

Eu não estou dizendo que isto foi sua culpa
Mas você poderia ter feito mais

Oh, você é tão ingenua mesmo assim tão...

Como isso poderia ser feito
Por uma amada tão sorridente
Oh, e o seu rosto tão bonito e doce
De um jeito tão feio
Algo tão belo
E toda vez que eu olho pra dentro...

Eu sei que ela sabe que eu não gosto de perguntar
Pode ser mentira ou verdade
E ela ainda tá atrás de mim

Eu sei que ela sabe que eu não quero perguntar
Pode ser mentira ou verdade
E ela ainda tá atrás de mim

Eu posso dizer que isso foi sua culpa
Porque eu sei que você poderia ter feito mais

Oh, você é tão ingenua mesmo assim tão...

Como isso poderia ser feito
Por uma amada tão sorridente
Oh, e o seu rosto tão bonito e doce
De um jeito tão feio
Algo tão belo
E toda vez que eu olho pra dentro...

Eu sei que ela sabe que eu não quero perguntar
Pode ser mentira ou verdade
E ela ainda tá atrás de mim

Eu sei que ela sabe que eu não gosto de perguntar
Pode ser mentira ou verdade
E ela ainda tá atrás de mim

Como isso poderia ser feito
Por uma amada tão sorridente

Oh, você é tão ingenua mesmo assim tão...

Uma coisa tão horrível
feita por alguém tão bonito
E toda vez que você esta ao lado dele...

Eu sei que ela sabe que eu não quero perguntar
Pode ser mentira ou verdade e ela ainda tá atrás de mim

Eu sei que ela sabe que eu não gosto de perguntar
Pode ser mentira ou verdade e ela ainda tá atrás de mim

So não me deixe pra baixo
So não me deixe pra baixo
Mantenha a sua falsidade
So não me deixe pra baixo
So não me deixe pra baixo
Mantenha a sua falsidade
So não me deixe pra baixo
So não me deixe pra baixo
Mantenha a sua falsidade
So não me deixe pra baixo
So não me deixe pra baixo

domingo, 4 de julho de 2010

Pintura mental... Brilhante Manfredini!



Porque posto? Não sei. Não divulgo o blog, assim continuará. Talvez me faça bem, destrinchar algumas letras, compartilhar com alguns poucos minhas mirabolâncias intimas.
Bom, caros amigos fantasmas, a música de hoje é de autoria de um ídolo, talvez o maior deles: Renato Manfredini Júnior. Ele, que exala confusão mental, mais uma vez escreve de forma magnífica e impecável. Na música Acrilic on Canvas, tema do post de hoje, transforma-se em pintor.
Como bom sentimental que foi, Russo idealizou sua amada (talvez amado) em uma pintura intrínseca, ciente de que pintava a perfeição que não existia. Sugere a frustração de do casal não ter nascido um filho planejado e trabalha a complexidade do ser, define-o como sombra, luz e mistura de cores.
O compositor transforma momentos de uma história em um quadro psicológico. Une elementos para montar a imagem de um amor em crise. Amor, que como em outras composições, mais dói que agrada. Sopra a arrogância da segurança ao mesmo tempo em que se arrepende se desculpa e confessa sentir a ausência que a figura do quadro causa.
A canção da Legião Urbana foi eleita por sua complexidade e sinestesia, palavras que dominam parte do meu mundo.



Acrilic on Canvas

É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você em luz e sombra

E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são

Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte

E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez

E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição

Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
É só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Diminutivos, ironia para uma grande canção.


Um cantar sem vibratos e outro puxar de cordas no violão, a urbanização do samba tem nome: Bossa Nova. Com as raízes na elite da capital fluminense, o movimento foi iniciado com nitidez a partir do lançamento do disco "Chega de Saudade" interpretado pelo brilhante João Gilberto. O título do vinil foi inspirado no nome da música tida como marco de início oficial da Bossa brasileira. A canção foi escrita numa parceria de Vinícius de Moraes (letra) e Antonio Carlos Jobim (música) e tem múltiplas versões na voz de outros bossa-novenses.
Sem mais delongas, foco na composição. A letra de "Chega de Saudade" é, antes de tudo, uma declaração de amor. Tendo-a como um poema, o eu-lírico sente saudade da amada e arquiteta o reencontro do casal. Ele lamenta, constantemente, o sofrimento de viver sem a companheira e revela a esperança de tê-la de volta.
O mais impressionante da canção, entretanto, é o uso dos diminutivos. As expressões "peixinhos a nadar no mar" e "beijinhos que eu darei na sua boca", dão o toque principal à letra: torna-a envolvente e sutil. Assim, de forma brilhante, o compositor é terno, sensível e romântico.
Inicialmente, a melodia toca a melancolia com a ponta dos dedos. A parte mediana, por sua vez, ensaia a "recuperação" das notas até que, no final, os acordes expressam otimismo e esperança. Nada mais justo, para o tema da composição.
Enfim, queridos blogueiros, recomendo a canção aos que gostam de Bossa e aos que amam. Vocês, assim como eu, a terão em suas listas de reprodução preferidas.
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim.


CHEGA DE SAUDADE

Vai minha tristeza
e diz a ela que sem ela não pode ser.
Diz-lhe, numa prece
Que ela regresse,
porque eu não posso mais sofrer.
Chega de saudade,
a realidade é que sem ela não há paz,
não há beleza.
É só tristeza
e a melancolia que não sai de mim,
não sai de mim, não sai.

Mas se ela voltar, se ela voltar
que coisa linda, que coisa louca.
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
do que os beijinhos que eu darei na sua boca.
Dentro dos meus braços,
os abraços hão de ser milhões de abraços
apertado assim, colado assim, calado assim.
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim.
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Farol


Depois de muitos dias com o blog abandonado, escolhi o som que embalou uma boa fase da minha vida para recomeçar a escrever aqui.
O mineiríssimo Vander Lee é sempre feliz em composições amorosas. Na música "Farol", tema do post de hoje, as metáforas pefeitamente arranjadas resultam numa canção simples e profunda. Os termos coloquiais e o uso de elementos cotidianos que são características do compositor, aqui caracterizam a casualidade da declaração. Com uma letra brilhante e uma melodia meiga a música é uma das pérolas do novo cd do compositor. O sentimento presente nessa (bela) composição é quase autônomo, motivo pelo qual não são necessárias mais apresentações, escutem! (perdoem-me o sentimentalismo incontrolável)

FAROL

Você é meu farol
Meu talismã, meu sol
Meu dia, meu dial

Você é meu astral
Meu mapa virtual
Meu raio-x emocional

Você é minha foz
metade de nós
Meu adubo meu sal

você é minha e só
E nunca vai ser só
nem de fulano de tal

Quando caminho no escuro
É por você que procuro
Somando tudo é tão raro
Meu paladar e seu faro

sábado, 5 de dezembro de 2009

O grande Chico místico.





Metafórico, crítico e insubstituível. Essas tres palavras definem, na minha humilde análise, o nosso precioso Chico Buarque. Nessa música, integrante do musical O grande circo místico, o músico coloca a vida como um circo: frágil e encantadora. Deliciem-se com esta canção, uma das mais belas que já ouvi.


O circo místico.

Não
Não sei se é um truque banal
Se um invisível cordão
Sustenta a vida real

Cordas de uma orquestra
Sombras de um artista
Palcos de um planeta
E as dançarinas no grande final

Chove tanta flor
Que, sem refletir
Um ardoroso expectador
Vira colibri

Qual
Não sei se é nova ilusão
Se após o salto mortal
Existe outra encarnação

Membro de um elenco
Malas de um destino
Partes de uma orquestra
Duas meninas no imenso vagão

Negro refletor
Flores de organdi
E o grito do homem voador
Ao cair em si

Não sei se é vida real
Um invisível cordão
Após o salto mortal

sexta-feira, 16 de outubro de 2009


Pessoal, começo no blog com a postagem da música de um dos maiores ícones da mpb feminina. Adrina Calcanhotto, dona de uma voz suave, mística e inconfundível, agrada os ouvidos de gregos, troianos e leigos em mpb. Nesta música sinestésica, a profunda mistura de cores, imagens, sons e pausas calibradíssimas, fazem de "Esquadros" uma verdadeira obra de arte. Calcanhotto toca o mais profundo dos temas sociais com sua típica sutileza, leveza e objetividade incomparáveis.

Escutem!

Imaginem!

Deliciem-se!

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Esquadros

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?

Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto Pela janela do carro Pela tela, pela janela Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado Remoto controle...